DUPLA JORNADA
Sueli - A sombra segue o curso das estações,
sem ter percebido inverno ou primavera.
Acompanha-me, fazendo-me companhia,
na absurda e infinita realidade, que inspira
toda a existência do hálito, da transpiração.
Hilde – O ser transmuta entre claro e escuro
É por isso que fujo do frio indo do Sul à Bahia
No meio do vôo, descanso as asas em Brasília
Faço o caminho inverso dos sofridos retirantes
Que do pau de arara trilharam essa jornada
Sueli - É a vida que em si começa e se encerra.
Fim e início de uma longa espera,
ora floresta, ora pântano, às vezes,
deserto.
Hilde – E assim ao sentir a força da tua poesia
Ofereço-te dedos, mãos, corpo, alma e coração
Para trilhar junto contigo o caminho da sintonia
Ouvindo o canto dos pássaros no espaço da emoção
Sueli - São os passos desencontrados de todos
os sentimentos mascarados e universais.
São meus dedos tocando tua boca
de palavras vazias e sofrimento.
Hilde – Nesses momentos a solidão se dispersa
Os vazios se preenchem no ponto de mutação
E é também a intercessão que a todos interessa
Onde se dá o encontro do amor e da amizade
É o longo olhar que ninguém entende
e, que mesmo assim, não se rende.
Os espíritos então se desprendem...
Bailam plenos e unidos pela vida afora.
Dueto: Sueli Fajardo e Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado no original de Sueli Fajardo publicado no Mural dos Escritores link
http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/jornada-2
Assista ao poema em vídeo:
DUPLA JORNADA - Um duo
http://www.youtube.com/watch?v=6s7SJBB50Rw