O que permaneço

O que se dilacera no tempo

em minha memória enrijece.

Dores que o tempo envelhecem

aqui estão vivas, e matam as vezes.

O que sou eu mesmo que vivo

que sinto, que sou, que pareço?

Partes de mim vão embora

embora este eu permaneço.

No embalo da vida me encanto

nas sombras da vida me deito

e convalesço da perpétua angústia

que fria se instala em meu peito.