No meu posto!

o ressoar perverso
me chega de longe

o não-estar
estando
o não-ser
sendo.

em vão grito
em vão fico
em vão morro
num mundo ermo
que eu-só habito.

dizem sim
negando
dizem o dito
por não dito.

não jogo!
não acredito
no amar-feito.

tenho as mãos
atadas
contra o peito.
os olhos rasos
vermelhas brasas
fulgem no rosto.

o carrasco chega
e eu à espera
no meu posto!