MARIA
Vou entrar num túnel onde o tempo não tem idade
Para buscar a liberdade que até hoje nunca achei
Essa louca sensação que até hoje apenas imaginei...
Vou buscar a lua perdida das noites
De um tempo que não consigo recordar
Até achar o deserto onde brota água dos olhos de uma mulher
Mãe de todas as nações
Que embala gerações de dor
Sem remédio para curar a ferida, a jazida de uma mina
Que não tem ouro nem prata pra cunhar
Ver a imensidão de gentios
Caminhando para lugar nenhum
Entre gestos místicos de adoração para um deus invisível
Coisa mais incompreensível para quem não sabe o que é amar...
Ser a dor de um passarinho de asa quebrada
Que quer, mas não pode voar
Abrir as asas, pelo menos...
Para o teu irmão abraçar
Irmão de caminhada que apredejaste
Depois de alcançar a vitória
E depois achar a mulher no deserto
Dos olhos de quem brota sangue e não mais água
Pela ingratidão dos filhos
Que sempre se conheceram
Mas nunca se amaram
Pois não conseguem tirar amor do coração
Tão fácil diante DE ALGUÉM QUE ENSINOU A ACHAR ÁGUA NO DESERTO E SANGUE NAS
LÁGRIMAS...