"O Sabia e a Laranjeira"
No galho da laranjeira pousou um Sabia,
Tão bela é a arte de o seu cantar, assim
Declama com ousadia um versejar, que
Pena o poeta não poder seu conto comparar!
Mas com seus lábios encanta a donzela
No pomar, que ouve que ouve o seu penar.
A primavera há de demorar passar, na
Plataforma de sua estação muitas flores
Irão brotar, no coração puro um amor eu
Vou guardar! E com ternura a minha linda
Amada hei de entregar! Se a melancolia
Do outono vier eu lhe direi; vá para longe
Daqui, o Sabia da laranjeira orquestrou
Seu canto e pós em outro canto a sua dor,
Olhei com meus olhos verdes nos olhos
Negros da singela donzela e refletiu a luz
Das estrelas no céu azul, revelando que
O amor chegou.