Ele Acreditou... (Ou Mais uma de Minhas Mentiras)
Oh! Ele acreditou
Acredite-me por um segundo
Pois por muito mais disso
Olhar molhado e fixo
Ondas ressoando
Gelo reluzente
Ele acreditou
Qual valor? Qual sentido?
O empurrar deslize
Abismo beirando o eclipse
Um novo beijo, fim de crise
E mais sentidos se desprendendo
Era a árvore no outono
Eram folhas caindo sobre o seu corpo
E ele parado olhando para um canto
Os restos de comida, engolidos com pressa
Um cão sem dono
Coleira velha e desbotada
Assim como tantos na cidade
Fugindo da luz e velocidade
Sua história desprendeu-se há muito
Sem sentido, sem sentidos, sem razão
Nem tão igual, semelhante ao menos
Eram mais olhares
Ah! Tão séria ela foi
Que performance!
Forte, brava e ainda na pose
Posso? Quem sabe amanhã
A estação findará e com ela
Palavras saem da boca vermelha
Sem pressa, calmamente brotam na língua
O movimento que seduz
O veneno que falta escorrer pelo lábio
E a boca da senhora Judas se aproxima
Os ouvidos tolos
Cansados de tanto mofo
Perfazem caminhos estilos fim de estação
Já te disse?
Somos tão diferentemente parecidos
Oh! E por que acreditou?
A boca de mulher
O vermelho de Judas
A traição mesclada ao veneno
Mal viu? Valoriza o que foi dito?
Sim, senti e com toda a atenção eu li
Espremendo a folha
Desceu o mel venenoso
Fruto obsceno
Das palavras do poeta