TIQUE-TAQUE
Resoluções de meio de ano
Sobre tudo o quanto me resta
A fazer, antes que a morte
Não se comporte e me ataque:
Perdoar e esquecer, pedir perdão
E torcer que tenha sido de areia,
A substância de meus pecados.
Deixar de ser indolente e intolerante
Ante a ignorância ignóbil do mundo.
Ser subserviente, inda que pensante,
A todo instante, a cada segundo.
Pôr termo a toda e qualquer ilusão
Que me faça perder o chão; a veia
Artística que reina em meu fado.
... São tantas resoluções que me engano
Se penso em aparar todas as arestas.
O tempo não se presta a minha sorte,
Indica o corte do ponteiro: “tique-taque”
>>KCOS<<