Receita de Poesia

Ponha no papel,

deixe o verso ao léu

solte ao ar a rima.

Só assim, repleta,

a alma do poeta

cumpre a sua sina.

Não existe regra,

nada o papel nega

seja mau ou bom.

Onírico ou irônico,

átono ou tônico,

suba ou baixe o tom.

Clássico ou concreto,

etéreo ou objeto

posto onde couber.

Desvendando amores,

reclamando dores,

como lhe aprouver.

Brinque com a poesia,

dê-lhe a cada dia

um ar de coisa nova.

Faça-lhe soneto,

fale em branco e preto

ou ponha cor na trova.

Brinque com a palavra,

faça dela escrava

do seu pensamento.

Que assim, depressa,

vai ficar impressa

a vida, num momento

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 16/06/2010
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