Receita de Poesia
Ponha no papel,
deixe o verso ao léu
solte ao ar a rima.
Só assim, repleta,
a alma do poeta
cumpre a sua sina.
Não existe regra,
nada o papel nega
seja mau ou bom.
Onírico ou irônico,
átono ou tônico,
suba ou baixe o tom.
Clássico ou concreto,
etéreo ou objeto
posto onde couber.
Desvendando amores,
reclamando dores,
como lhe aprouver.
Brinque com a poesia,
dê-lhe a cada dia
um ar de coisa nova.
Faça-lhe soneto,
fale em branco e preto
ou ponha cor na trova.
Brinque com a palavra,
faça dela escrava
do seu pensamento.
Que assim, depressa,
vai ficar impressa
a vida, num momento