Veredas (um legado a todos que foram, que vão...e que chegam)

Trato, truste, tristeza... triste.

É o que é estar triste, no que consiste,

É estar só, sozinho.

Ficar amuado num cantinho.

A tristeza antagoniza com alegria,

Mas não é um feitiço contra magia.

A tristeza é o ritmo angustiante do relógio,

É ausência definha do elogio.

É triste fazer grandes amigos.

Que depois não levarei comigo.

É triste viver uma vida em quatro anos.

E depois olhar através de papel e panos.

É triste um professor corrigi só suas provas.

Quando os alunos se vão alegres com suas notas.

Triste é passar a noite só num quarto.

Triste é saber que o cômodo te deixa farto.

É triste o cômodo que fica vazio.

É triste quando se cobiça e não se tem

Não se pode ter... Não te convém,

É triste viver no convívio,

E não dizer com alívio...

É triste olhar e ser olhado,

E ainda ver as possibilidades do seu lado,

É triste estar bem aqui... distante!

É triste estar sozinho num lugar abundante.

Triste é um poeta como Schimit,

Que teve sua obra prima no limite!

No limiar de sua dor... Sua obra-prima,

Fora com a morte de seu filho...cada rima.

Sua composição maior...

Foi declamada na dor?

Foi escrita em lágrimas!

Talvez a tristeza exista para ser cantada,

A verdades e veredas para serem declamadas,

Zeca Baleiro a canta com maestria.

E nos dá uma tristeza... Uma nostalgia.

O triste é que a tristeza existe.

E ela é boa e é ruim...triste!

Derlei A.