QUANTAS PALAVRAS!
Fico sem saber, das minhas palavras, o destino,
Pois andejam assustadas com a vida que ainda não escolhi.
Transmutam-se à minha necessidade e continuam em desalinho,
Jogam-se em meu caminho acreditando que não as percebi.
Palavras, lavras, composições exclusivas de meu solilóquio poético,
Concedem-me a sorte de um pensar um tanto cético, logosófico.
Palavras, descrevem o abstrato do que antes era tétrico,
Assimétrico pensar filosófico.
Palavras, tantas vezes mudas, caladas, sufocadas na garganta,
Em minhas mãos inquietas, na ponta de um lápis absorto, estático;
Simples, compostas, expostas, palavras tantas, palavras quantas,
Quantas palavras! a vagar num fatídico entardecer enfático.
>>KCOS<<