A Roda
Eu sou um pobre escritor.
Mais pobre do que escritor.
Que morre por cada amor,
que dorme sentindo dor...
Eu sou um falso poeta,
que finge que escreve poesia.
Que finge que é arte o que cria,
como a roda da bicicleta¹...
Eu finjo que sou artista,
pelo puro prazer de fingir.
Fingimento é a parte da vida,
que agente finge que pode existir
a existência é a arte de Deus
e se Deus é um artista moderno
como ouso eu regressar?
Rasgarei a a bíblia, o Torá
e o Taumud profanarei
para sentir a alegria de aqui estar...
¹ Referencia a obra de Marcel Duchamp.