A Concretude da Alma


Um poema se faz nascer...
Verter faz as lágrimas estranhas d’alma
Uma pirâmide encravada do deserto
Calma a escrava se faz convencer
Perto do chão o vento espalma
O terreno, e alisa o velho concreto.

Um poema concreto, mais que certo
Toma das palavras e se faz de errado
Um arado na mente sonambúlica
“Búlica” que esconde as bolas do jogo
Engodo, aposta, oposta rima, manifesto
De um poeta lúdico, erudito, ultrapassado.

Um poema sem tino, fino na essência
Mente morta, manta que cobre os corpos
De seis versos, dispersos, sem compostura
A altura do vértice não importa mais
Corpos podres na tumba de Ramsés, Isis lilás
Uma escada encantada, nada, só uma vala escura.
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 01/06/2010
Reeditado em 02/05/2018
Código do texto: T2292950
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