Bruma

Eu...

Uma moça que dança,

meu corpo tem a leveza de plumas ao vento,

minha aparência está a contento.

Delicio-me de minha própria seiva da posteridade

tudo é então imortal, indelével...

.....

Até que....trombetas tocam,

berrando urgência de atenção,

o tempo apresenta minha fragilidade,

e meu novo corpo, meu brio são escancarados no espelho.

A face real se põe.

E

entre os murais góticos desta ópera,

fantasmas transparentes, confusos e indecifráveis,

atormentam o ego já sem o viço...

Calam se as paredes cinzentas.

As estátuas parecem mais vivas...

A perspectiva se torna restrita ao horizonte próximo.

......

e o tempo passa de novo,

passa,

passa,

passa e já me parece pertinente...

Levemente as nuvens andam,

andam,

andam

e pequenas partes do azul celeste se mostram,

e um sopro sútil me toca.

E levemente, quase imperceptivelmente,

me torno um ser tátil...

Paradoxalmente, toco o mundo todo,

com a alma,

........

Meus olhos vêem o belo além da bruma,

vêem o céu além das nuvens,

e amor além do viço...

Ciclo: o primeiro de vários

Sou feliz,

Somos felizes,

Sempre seremos....

YANDRA FARIS
Enviado por YANDRA FARIS em 25/05/2010
Código do texto: T2279888
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