Livro e vida
Desliza no papel o lápis,
qual pena em tempos outrora.
Dando forma aos pensamentos,
no momento em que o papel
ao lápis se enamora.
E a explosão dos sentimentos,
que ao papel afaga.
É algo por mais divino,
que a mão do poeta embala.
Mas uma frase mal escrita,
ou um ponto mal grafado.
Um borrão, pois , esquecido
que com a união acaba.
A mão do escritor aflita,
quer ver tudo concertado,
e em saliva umedecida,
com a borracha o apaga.
Assim também nós vivemos
em semelhante achado.
Porém com uma diferença,
que nos faz desamparados,
pois os erros os fazemos,
e a borracha que apaga,
nem sempre a temos .