Suficiente conforto

...mas, mantive-me aceso, bem ao lado do teu sorriso salvador.

E estive nas profundezas mais azedas,

bem no centro de minhas angústias,

e não sorri, e não chorei, e duvidei dos meus propósitos.

Estive lá... caindo, mentindo o tempo todo, não aceito, nada aceito,

sem aceitações ou consentimentos. Apenas a matéria, apenas os meus restos.

Quase morri...

Quase sofri as consequências do meu desespero,

quase me perdi nas páginas da solidão,

mas, havia luz, tua luz, teu sorriso.

...um pouco afastado, a palmos curtos de minha face, como que num espetáculo para meu ser, divino anjinho que me transforma, divino pedaço meu que, usado por Deus, me serve de suficiente consolo

e conforto.

Filho meu, amado e dileto, em teu sorriso, exibo-me estampado

como pai teu, guerreiro, que não cai, que não sucumbe...

...e estaremos nas páginas da felicidade, ambos, juntos,

sorridentes, cada vez mais entrelaçados e atrelados por nossos resquícios genéticos e poéticos: eu, pai. Tu, filho. Nós, uma razão que diverge para brilhar na ausência de luz.

Sejas abençoado, filho amado.

Do teu humano pai,

Mefistofélico.

*Poema dedicado ao meu filho, Isac

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 12/05/2010
Código do texto: T2252280
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