Suficiente conforto
...mas, mantive-me aceso, bem ao lado do teu sorriso salvador.
E estive nas profundezas mais azedas,
bem no centro de minhas angústias,
e não sorri, e não chorei, e duvidei dos meus propósitos.
Estive lá... caindo, mentindo o tempo todo, não aceito, nada aceito,
sem aceitações ou consentimentos. Apenas a matéria, apenas os meus restos.
Quase morri...
Quase sofri as consequências do meu desespero,
quase me perdi nas páginas da solidão,
mas, havia luz, tua luz, teu sorriso.
...um pouco afastado, a palmos curtos de minha face, como que num espetáculo para meu ser, divino anjinho que me transforma, divino pedaço meu que, usado por Deus, me serve de suficiente consolo
e conforto.
Filho meu, amado e dileto, em teu sorriso, exibo-me estampado
como pai teu, guerreiro, que não cai, que não sucumbe...
...e estaremos nas páginas da felicidade, ambos, juntos,
sorridentes, cada vez mais entrelaçados e atrelados por nossos resquícios genéticos e poéticos: eu, pai. Tu, filho. Nós, uma razão que diverge para brilhar na ausência de luz.
Sejas abençoado, filho amado.
Do teu humano pai,
Mefistofélico.
*Poema dedicado ao meu filho, Isac