PRAZER E DOR

Se o gozo e a dor se confundem,

Quero decantar para descartar a dor,

Resta-me a vontade do prazer do gozo,

Com as dores que fiquem os masoquistas.

Quero descartar o joio em meio ao trigo,

Só me alimento do que me sustenta a alma,

Não carrego pecados voluntários que a dor perdoa,

A mochila da minha consciência está leve e livre.

A vida é boa, não requer penitência,

Rir e zombar da dor é meu maior prazer,

Não preciso de alívio, não sou mártir costumas.

Nem carrego a cruz, pois não atiro pedras ao léu.

Das dores passo distância larga e segura,

Sei muito bem do quanto atrai e imanta,

Quero distância das vivas almas penadas,

Que transportam trevas até onde reina a luz.

Quero sim é ser feliz.