O QUARADOR



A PRAÇA DA LEITURA NA MANHÃ LUSCO-FUSCO RECEBIA OS POMBOS QUE SUBSTITUIAM OS URUBUS, NA LINHA DIAGONAL UM SER HUMANO FEMININO MEIO SENTADA, MEIO DEITADA SOBRE UMA PAPELÃO MILIMÉTRICO, VIGIAVA AS SUAS VESTES QUE SECAVAM NO CHÃO ( POSSO ATÉ DIZER A MULHER QUARAVA AS ROUPAS) AO SOL BRANDO, SUA CADEIRA É TAMBÉM A SUA CAMA, ENQUANTO CIRCULAVAM AS PESSOAS NA TEZ DO DIA, O TETO DA SUA CASA É A MARQUISE DA FARMÁCIA, UM LAR SEM PORTA E JANELA: OS SEUS FIOS DE CABELO ERA A FITA PARA UM FILME REAL, ALI ELA VIVIA, ALI PENSAVA SOLITÁRIA, ALI TINHA A CERTEZA DAS INCERTEZAS DA VIDA QUE LEVAVA, E, NAQUELE CANTO DA CIDADE FICAVA AQUELA MULHER QUE SONHA ACORDADA, DORME PARA VIVER E ACORDA SEMPRE COM A VONTADE DE TER EM SUA VIDA MELHORES DIAS PRA SEMPRE, ASSIM PASSA A SUA VIDA QUARANDO A ROUPA QUE MOLHOU A QUALQUER HORA DO DIA JÁ QUE A CHUVA ANUNCIA, MAS NÃO DIZ COM PRECISÃO A QUE HORAS PODERÁ CAIR SOBRE A SEGUNDA PELE DAQUELA MULHER  QUE TÊM COMO ABRIGO UM PEDAÇO NEUTRO DE UMA CIDADE QUE CHOVE DIUTURNAMENTE.


Moisés Cklein
Enviado por Moisés Cklein em 04/05/2010
Reeditado em 04/05/2010
Código do texto: T2236851
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