Por entre lençóis
envolvo-me em antigos versos
desperto palavras esquecidas
encontro rimas fabricadas
acordo em meio a madrugada
a lua, sempre ousada,
abre caminho pra meus pensamentos
minha vista ainda embaçada
procura por motivos distantes
estrelas brilham me alertando
e um vento frio me devolve num momento
aqueço meus pés sempre gelados
percebo que é em nada que penso
meus versos tão antigos vão embora
a lua, ao sol, passa seu posto
o céu é de um azul que eu invento
adormeço meus sonhos doloridos
me preparo pra mais um dia
eu finjo então ser gente