Resta-me o verso vivo,
desarmado e preciso,
entre o elo e o voo.
Resta-me o livre canto
e o grande espanto
das tarde silenciosas,
onde há tantos temas
para se fazer poemas
e também para se florir.
Resta-me o que eu sou
sob o infindo infinito
a tecer meu escrito:
uma âncora lavrada,
toda plena de palavras
que, em claras águas,
prende-se à fragata
percorrendo mares,
de azul e prata,
em busca do porto
que ainda há de vir.
Silvia Regina Costa Lima
1 de maio de 2010