A Mentira do Crescer

Como homem feito, não só choro

Estremeço, berro e me contorço

Cada músculo e cada osso

Num balé de torturar

Seco a testa na manga

E cuspo o azedo

Lágrimas na varanda,

Hoje já não tenho medo

Do que ver ao despertar

Mas receio é segurança

Experiência é uma criança

Que contradiz a aliança

Do crescer sem se chorar

Cresço.

Envelheço.

Me encolho e viro do avesso

Toda arte que aprendi

Num segundo já esqueço

Quando vejo, me perdi

E volto direto ao começo

Gabriel A H
Enviado por Gabriel A H em 02/05/2010
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T2232021
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