O som do papel
Aproximo de uma série de indivíduos alinhados,
com faturas, contas e boletos pendentes.
Posiciono-me imediatamente atrás do último numa
seqüência de pessoas dispostas de maneira
alinhada por critério de ordem de chegada.
Uns pagam antecipadamente seus compromissos,
outros na data de vencimento ou em atraso;
outros sacam, depositam, retiram e conferem
os extratos bancários por desconhecidos motivos.
A cada término de operação, o caixa cinco destaca
rapidamente, da impressora fiscal, o comprovante
de papel puxando-o com decidido movimento
lateral. O papel se desenrola, os dentes de
aço perfuram-no, corta-o da bobina e ele salta içado.
A melodia, dos estalidos secos do corte das
fibras do papel, reboa dentro da agência 7196.