A dor que finca
Têmporas enrijecidas pelo hábito
Surpreendentes pontadas na nuca
Saudades de estar sujeito ao rapto
Sem oferecer sequer nenhuma luta.
É difícil, posto que a cabeça dói
E os olhos se estremecem, lacrimejam
Que momento é este que corrói
Delícias que as intenções almejam?
Quando serei eu mesmo?
Que estrada distante a que caminho
Lâmpadas sempre acesas
O fim da picada vejo
Um devorar-se único e sozinho
Mordendo a língua, sendo a própria presa.