A dor que finca

Têmporas enrijecidas pelo hábito

Surpreendentes pontadas na nuca

Saudades de estar sujeito ao rapto

Sem oferecer sequer nenhuma luta.

É difícil, posto que a cabeça dói

E os olhos se estremecem, lacrimejam

Que momento é este que corrói

Delícias que as intenções almejam?

Quando serei eu mesmo?

Que estrada distante a que caminho

Lâmpadas sempre acesas

O fim da picada vejo

Um devorar-se único e sozinho

Mordendo a língua, sendo a própria presa.

oduduá samba
Enviado por oduduá samba em 27/04/2010
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