INSANA ÂNSIA DO SER
A ansiedade corrói o ser
Cava um vazio profundo
É como se fosse fome
A maior dor do mundo
É mente que se esquece
É alma que se consome
Corpo inteiro que padece
Luta insana, torna doente
Clama alento ao coração
Dor que por certo sente
Da nostalgia da solidão
Das feridas da existência
No conflito do sentimento
Eterna busca de essência
Como forças da natureza
Tem o impacto do vento
A fúria das tempestades
A reviravolta das marés
O movimento das ondas
Faz das noites, metades
Dias longos, uma teima
Chuva que não refresca
Sol intenso que queima
Remédio não é paliativo
Inútil qualquer unguento
Nada para suprir a fome
Do caos, um medo ativo
Neste cruel sofrimento
Ânsia que torna cativo
Aprisiona o sentimento
Neste ansioso tormento
Cegado, não quer enxergar
No âmago sua cura potente
Basta voltar o atento olhar
Do que o faz descontente
Amar-se antes, reduz a dor
Desperta o amor dormente
Sorrisos largos atraem amor
Trazem à tona o bom do ser
Na alegria escondida no peito
Segredo e arte do bem viver.