Medo
MEDO
Entre todos os medos que existem, o pior deles é o de sentir medo.
Não tenho medo de tudo, mas tenho medo do nada.
Tenho medo de não sentir mais medo, pois que se o medo é humano, o não senti-lo parece coisa de máquina.
Às vezes tenho vergonha de sentir medo, pois que dizem que sentir medo é covardia.
Eu diria que o medo nada mais é que a consciência de que se é um ser falível, um ser cuja vida pode se escorrer como a água de uma fonte.
Mas, eis que a vida ao contrário da água ao acabar-se não volta.
Assim como a lagarta que virou borboleta jamais será lagarta novamente.
Assim é a vida que ao nascer do pó das estrelas cintilantes do céu para o céu volta, não em forma de pó, mas como uma brilhante estrela, que se jamais se apaga, estará eternamente longe da Terra.
Pois, eis que ter medo não é covardia.
Ter medo é ter consciência da brevidade da vida.
Saber que a vida é ao mesmo tempo breve e única.
Podemos ter todo ouro do mundo, mas nem todo ele vale mais que nossas vidas.
Vida que é um privilégio para poucos e luta para muitos.
Vida que é acima de tudo conquista.
Pois, eis que ter medo não é covardia.
Ter medo é ter consciência da brevidade da vida.
Escrito por: Marcos Welber Fernandes.