Medo

MEDO

Entre todos os medos que existem, o pior deles é o de sentir medo.

Não tenho medo de tudo, mas tenho medo do nada.

Tenho medo de não sentir mais medo, pois que se o medo é humano, o não senti-lo parece coisa de máquina.

Às vezes tenho vergonha de sentir medo, pois que dizem que sentir medo é covardia.

Eu diria que o medo nada mais é que a consciência de que se é um ser falível, um ser cuja vida pode se escorrer como a água de uma fonte.

Mas, eis que a vida ao contrário da água ao acabar-se não volta.

Assim como a lagarta que virou borboleta jamais será lagarta novamente.

Assim é a vida que ao nascer do pó das estrelas cintilantes do céu para o céu volta, não em forma de pó, mas como uma brilhante estrela, que se jamais se apaga, estará eternamente longe da Terra.

Pois, eis que ter medo não é covardia.

Ter medo é ter consciência da brevidade da vida.

Saber que a vida é ao mesmo tempo breve e única.

Podemos ter todo ouro do mundo, mas nem todo ele vale mais que nossas vidas.

Vida que é um privilégio para poucos e luta para muitos.

Vida que é acima de tudo conquista.

Pois, eis que ter medo não é covardia.

Ter medo é ter consciência da brevidade da vida.

Escrito por: Marcos Welber Fernandes.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 25/04/2010
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T2219377