“ R A ” (Rapad Rakh)

Bilhares de nobody`s

Pessoas ilhas com

Carmas tão passados

As fontes do mundo

Novo secaram. A

Árvore da Vida não

Produz mais frutos

Não há maçã para

Morder nem maná

Para comer. A cria

Nascituro berra um

Refrão soturno como

Se não quisesse nascer

Nada é dádiva nas

Gôndolas do senhor

Mercado. Se nascer

O bicho pega, se

Crescer o bicho come.

E ninguém mais foi

É ou será homem. A

Libido nasce coisificada

Na rede irada do tubarão

Mercado. As princesas

Malamadas há milênios

Vingam-se das idades

Todas adornadas de

Plena vulgaridade.

Todas nascem esposas

Com sobrenome Ninguém

Ávidas por agasalhar na

Poupança o próximo

Vintém. Inexiste presente

Ou futuro no buraco negro

Dantesco. Todos se negam

Ser filhos de RA. Todos

São batizados no negro sal.

Ninguém pode sair ou voltar

Para o aconchego de um lar

Ninguém pode sair ou voltar

Ao Norte da Rosa dos Ventos

Não há Terra Natal. Não há mais

Um lar para o Peregrino. A Terra

Natal é uma necrópole vestida de

Noiva e de morte.

Não há mais arte em lugar algum

E todos os olhares fazem parte

Do olhar do Grande Irmão Ogum.

O sol não nasce mais em outro lugar

Senão no lugar comum. O acaso

Possui em todo lugar a mesma cor

Todos os horizontes levam à Roma

À Meca ou a capital Palestina

Mas nenhum conduz à moradia do

Amor, Ética ou solidariedde.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 25/04/2010
Reeditado em 31/07/2011
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