Poema do Giro

É óbvio que a esfera gira

Tudo está a arrodear

A massa é movimentada

Nem tua idéia é linear

Pensadores ardem na pira

E as vozes a alardear

A redonda vista marcada

Do previsível limiar

Mas tudo gira e vira mira

Até a pomba invulgar

Da crença desrespeitada

Rodopia sem cessar

Gira–gira e a cabeça vira

Teu mundo é circular

Há um ciclo sem parada

Um círculo espetacular

Pois se a esfera se faz tira

É só a fatia do bailar

Na grande pista aterrada

Que te incita a especular