Volto de lá como se não tivesse ido
Impregnado de emoções alheias
Compartilhando sensações não minhas
Essas pedras na rua, os buracos
Os vendedores despercebidos
Clandestinos, seus destinos clãs
Tribos de despossuídos
Os automóveis apressados
Desinteressados desse drama
Rodam brilhantes e insensíveis
Atordoante caminhar quase a esmo
Em mim mesmo todas as sensações
Como feridas que não vão cicatrizar
Os pregadores chamando para deus
Cada um que perde como filhos seus
Apóstolos do descaso e da incerteza
Mesas e cadeiras nas calçadas prometem
Um tilintar de copos música mal feita
Risos e gritos, gargalhadas, olhares
Nos bares a vida tenta continuar
Crianças que não brincam, vendem
Se me ferem a consciência esqueço
Pago a conta, tem um trem que vai
E me leva para casa, moro ou escondo-me?
Descanso, ritmo desacelerado, e sonho
Eu me ponho nas asas do pensamento
Bem distante tem um horizonte
Um mundo sem nome
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 22/04/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2212681
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