A poesia não é a redenção da miséria humana
Nem enfeite da mediocridade da existência
As palavras clamam, mostram, expõem, definem
Mas não anulam a necessidade de viver intensamente
Não matam a fome, não aplacam a sede, não evitam o mal
As palavras dizem como as coisas são e como não são
Mas o que muda as coisas é simplesmente ação
A poesia não traz nenhuma beleza para o mundo
Não torna idílica a luta diária por algo melhor
Não fortalece por si só todo o esmorecimento
As palavras não são um unguento que nos cura as dores
A palavras somente nos dizem o que são de fato essas dores
E dizem, quando muito, um pouco do que faríamos
Se não dependêssemos tanto de tantas palavras
A poesia não tem o poder de eliminar as incertezas
Nem força para nos livrar de vez de todo o medo
As palavras não revelam segredos, escondem
Não nos fazem estar menos perdidos como estamos
As palavra apenas nos apontam as direções
Descortinam os caminhos mais possíveis
Se nos dignássemos a estar sempre caminhando
A poesia não tem cor, não tem cheiro nem sabor
A poesia é apenas uma luz que nos ilumina na escuridão
Assim, os poetas não são deuses nem profetas
Não têm nada além dessa verdadeira maldição
A sina de enxergar no escuro, de ser luz talvez
A dor de sentir e tentar dizer tudo que sentem
O sofrimento de ver em meio a cegueira
E só o poder de gritar no enorme silêncio
E o prazer de ser eterno em sua efemeridade
O poeta não é mais humano do que ninguém
Para falar de si esquece-se de si mesmo
Não está preso ao tempo, à noite ou ao dia
É feito de um pouco de eternidade
E sua verdade, para ser luz, não pode ser verdade
Inevitavelmente tem de ser um pouco de escuridão
Nem enfeite da mediocridade da existência
As palavras clamam, mostram, expõem, definem
Mas não anulam a necessidade de viver intensamente
Não matam a fome, não aplacam a sede, não evitam o mal
As palavras dizem como as coisas são e como não são
Mas o que muda as coisas é simplesmente ação
A poesia não traz nenhuma beleza para o mundo
Não torna idílica a luta diária por algo melhor
Não fortalece por si só todo o esmorecimento
As palavras não são um unguento que nos cura as dores
A palavras somente nos dizem o que são de fato essas dores
E dizem, quando muito, um pouco do que faríamos
Se não dependêssemos tanto de tantas palavras
A poesia não tem o poder de eliminar as incertezas
Nem força para nos livrar de vez de todo o medo
As palavras não revelam segredos, escondem
Não nos fazem estar menos perdidos como estamos
As palavra apenas nos apontam as direções
Descortinam os caminhos mais possíveis
Se nos dignássemos a estar sempre caminhando
A poesia não tem cor, não tem cheiro nem sabor
A poesia é apenas uma luz que nos ilumina na escuridão
Assim, os poetas não são deuses nem profetas
Não têm nada além dessa verdadeira maldição
A sina de enxergar no escuro, de ser luz talvez
A dor de sentir e tentar dizer tudo que sentem
O sofrimento de ver em meio a cegueira
E só o poder de gritar no enorme silêncio
E o prazer de ser eterno em sua efemeridade
O poeta não é mais humano do que ninguém
Para falar de si esquece-se de si mesmo
Não está preso ao tempo, à noite ou ao dia
É feito de um pouco de eternidade
E sua verdade, para ser luz, não pode ser verdade
Inevitavelmente tem de ser um pouco de escuridão