Olhar que vê através de todas as coisas
Pensamento que vai além de todas as coisas
Imaginação que perpassa todas as coisas
Inspiração que perpetra o absurdo de todas as coisas
E um sentimento de não entender coisa nenhuma
 
Assim se faz a poesia, assim a poesia se faz
Não de outro modo que não esse de não olhar
Ou de não pensar nem imaginar qualquer coisa
Inspiração, talvez, que despreza todas as coisas
E um sentimento de pertencer a todas as coisas
 
Fora de nós a existência de tudo
Dentro de nós essa sensação de nada
Quando muito, o oposto disso
Ou senão a nossa inexistência
 
Sob signo da excentricidade
Ou a marca da confusão
Este distúrbio de desconjuntar
Poetas...
Arautos de um mundo que não existe mais
Ou de um mundo que ainda nem existiu
E que haverá de ser só na perplexidade
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 20/04/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2208690
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