O poeta e a poesia
A poesia habita o corpo do poeta
E divide o mesmo espaço físico com a alma
A alma, aprisionada no corpo
Sussurra à poesia as palavras
Que juntas extravasam a barreira da pele
E ganham o mundo
Gritando aos ventos o que a alma dita
As mãos do poeta são instrumentos
Que reúnem em palavras
Tudo aquilo que se denomina sentimento
Existem poesias somadas às melodias
Que novamente usam-se do poeta
Para dizer em versos sonoros
O que muitas vezes é motivo de choro
A poesia nunca morre
Ainda que o corpo que habita pereça
A vida dos versos é quase própria
E tão logo precise deixar à noite
A antiga morada
Encontrará outro corpo, outras mãos
Que possam perpetuar sua vida
Antes que outro dia amanheça