O poeta e a poesia

A poesia habita o corpo do poeta

E divide o mesmo espaço físico com a alma

A alma, aprisionada no corpo

Sussurra à poesia as palavras

Que juntas extravasam a barreira da pele

E ganham o mundo

Gritando aos ventos o que a alma dita

As mãos do poeta são instrumentos

Que reúnem em palavras

Tudo aquilo que se denomina sentimento

Existem poesias somadas às melodias

Que novamente usam-se do poeta

Para dizer em versos sonoros

O que muitas vezes é motivo de choro

A poesia nunca morre

Ainda que o corpo que habita pereça

A vida dos versos é quase própria

E tão logo precise deixar à noite

A antiga morada

Encontrará outro corpo, outras mãos

Que possam perpetuar sua vida

Antes que outro dia amanheça

Fernanda Vaitkevicius
Enviado por Fernanda Vaitkevicius em 18/04/2010
Código do texto: T2205335
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