Ausência
Aquele teu olhar, aqueles teus gemidos,
a chuva,
o cais,
o resto dos raios,
o céu, as auroras,
o desapego...
E adentrei o teu espírito,
e confundi-me nos teus delírios.
E deslizei ajuntado nos teus morros,
e tropecei apavorado nas tuas enchentes.
Aquelas lágrimas,
aqueles escombros,
o pedaço do amanhecer que é falto.
Socorro ! Socorro !
Há muita gente entregue aos efeitos.
Há tanta pedra no nosso caminho.
Aquele nosso show, a vinheta, o vinho bom...
Estamos tentando reaver a nossa estrutura.
Estamos nos acostumando com a ausência de vida !
*Poesia dedicada às vítimas da recente tragédia no Rio de Janeiro