Ausência

Aquele teu olhar, aqueles teus gemidos,

a chuva,

o cais,

o resto dos raios,

o céu, as auroras,

o desapego...

E adentrei o teu espírito,

e confundi-me nos teus delírios.

E deslizei ajuntado nos teus morros,

e tropecei apavorado nas tuas enchentes.

Aquelas lágrimas,

aqueles escombros,

o pedaço do amanhecer que é falto.

Socorro ! Socorro !

Há muita gente entregue aos efeitos.

Há tanta pedra no nosso caminho.

Aquele nosso show, a vinheta, o vinho bom...

Estamos tentando reaver a nossa estrutura.

Estamos nos acostumando com a ausência de vida !

*Poesia dedicada às vítimas da recente tragédia no Rio de Janeiro

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 16/04/2010
Reeditado em 16/04/2010
Código do texto: T2200871
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