Corpo Morto
Há uma cinestesia dos sentidos
Que se mistura num Grande Silêncio
Que não sei explicar
Em nuvens negras
Que se ameaçam complicar
Num corpo que é o meu
Mas que não entendo
Mas que não faço de tal
Nenhum segredo
É um corpo separado da mente
Que tanto ama como ela
Ou que ama menos
Ama mais
Em diferentes velocidades
Cuja simultaneidade
Me é difícil coordenar
Porque às vezes o corpo trabalha
Quando a mente quer é sonhar
Idealizar
Perpetuar
E assim eu sei
Que esse corpo envelhece
Enquanto a alma
Se rejuvenesce
Ganhando os caminhos do Universo
Certos caminhos da Eternidade
Olhando para trás
E tristemente
Constatar
Que o corpo ficou
Que o corpo envelheceu
Enquanto o espírito
Ganhou o direito
De estar no céu…