Corpo Morto

Há uma cinestesia dos sentidos

Que se mistura num Grande Silêncio

Que não sei explicar

Em nuvens negras

Que se ameaçam complicar

Num corpo que é o meu

Mas que não entendo

Mas que não faço de tal

Nenhum segredo

É um corpo separado da mente

Que tanto ama como ela

Ou que ama menos

Ama mais

Em diferentes velocidades

Cuja simultaneidade

Me é difícil coordenar

Porque às vezes o corpo trabalha

Quando a mente quer é sonhar

Idealizar

Perpetuar

E assim eu sei

Que esse corpo envelhece

Enquanto a alma

Se rejuvenesce

Ganhando os caminhos do Universo

Certos caminhos da Eternidade

Olhando para trás

E tristemente

Constatar

Que o corpo ficou

Que o corpo envelheceu

Enquanto o espírito

Ganhou o direito

De estar no céu…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 16/04/2010
Código do texto: T2199981
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