Do silêncio ao pensamento
Do pensamento à palavra
Nada é poesia, tudo é poesia!
É poesia, alguma coisa...
Do começo do universo
Ao fim de todas as coisas
Alguma coisa é poesia
 
Nossa vida medíocre
Nossos sonhos pífios
A insuportável rotina
A incerteza de viver tanto
Até quando?
Esse medo atroz
Esse grito no vazio
Esse embargo na voz
Esse espanto no olhar
Esse imenso desvario
E essa impotência em calar
Isso tudo ainda não é poesia
Qualquer coisa é poesia
No que toda coisa é poesia...
 
O Amor, essa ilusão
Nossa tola esperança
A fantasia da paixão
Verdade não dita
Realidade não vivida
A insatisfação de ter de viver
Sem crer na felicidade
Somos mediocridade
No que de tudo podemos ser
Um pouco de poesia
 
Não há poesia
Na sede que temos
Na fome que temos
No desejo que temos
Não temos poesia
Somos um pouco de poesia
Porque temos fome e sede
Porque somos desejo
O que é que somos?
O que é que temos?
Somente esse silêncio
Quebrado no início de tudo
Num grito que ressoa infinito
Do qual nasce toda poesia
Que é o que resta no fim de tudo!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 15/04/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2198619
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