Retrocesso

Não me acho nesse emaranhado metálico

Saio da fila da incompetência múltipla

Abandonando o caos da lógica ilógica

Anos passados e vindouros que são colhidos

Prematuramente por mãos despreparadas

São os frutos hoje ofertados para todos nós

Imersos em labirintos sem mapas

Vivemos a jornada das teias invisíveis

Propagadas por fios e íons

Distantes das flores e do sol

Respiramos mármores e mídias

Somos civilizados ou escravizados?

Estamos com o progresso ou com o retrocesso?

Antes que feixes luminosos se materializem

Quero sentir a umidade da terra debaixo dos meus pés

O vento acordar a minha pele ar condicionada

O sol desmanchar meu apego pela sombra dos tijolos

Borrar meus dedos com a tinta da caneta

E gritar com toda a força dos meus pulmões

LIBERDADE!!!