Difícil de Entender
As pessoas têm mania de comparar,
De quantificar,
De julgar,
De mensurar,
O alheio sofrimento,
Sob os seus próprios critérios,
Sob os pilares do seu particular império.
Obviamente, que o resultado gera estranhamento.
O que para uns é nada,
Para outros cala fundo,
Dói no mais profundo,
Deixa a alma consternada.
Não existe um padrão planetário,
Para esse assunto tão contundente.
Julgar é tão precário,
Como contraproducente...
Comparar é tão primário,
Quanto adolescente...
Quantificar é tão arbitrário,
Quanto incoerente.
Cada um sabe, ou deveria saber,
Onde aperta o seu calo,
O tamanho do estrago,
O motivo real do seu sofrer...
Muitas vezes, a verdadeira razão
Para a devastação
Está oculta.
Não há como saber se é justa.
Eu sempre enfrentei esse problema,
Esse insuportável esquema:
Há uma aceitação unânime da minha sensibilidade,
Quando o assunto permanece nas cercanias da criatividade.
Já, quando ela escorrega para coisas simples do cotidiano,
As pessoas torcem o nariz como se eu estivesse em engano.
Esquecem que não é possível
Ser sensível
Apenas, para as coisas agradáveis,
Aquelas escancaradamente palatáveis...
O meu sentimento é um só.
Não me é possível dar-lhe um nó,
Quando ele se entristece por algo, aparentemente banal,
De uma forma brutal.
Enquanto que para a maioria das pessoas,
Excetuando-se as loucas,
Soa como uma reação exagerada,
Completamente infundada,
Para mim, foi o chão que se abriu.
O famoso piano, que sobre minha cabeça, caiu...
Tenho gigantescas dificuldades,
Para encarar o que denomino como barbaridades
Do mal fadado capitalismo,
Calcado na sofreguidão
E na absurda escravidão.
Não sei vivenciar o cinismo.
Não faço tudo por dinheiro.
É bem mais alto, o meu pinheiro...
Não estou à venda.
Assumi definitivamente, a senda.
É absolutamente encantada minha lenda!