ESCATOLOGIA
In memoriam das vítimas da Grande Onda
Equilíbrio das estrelas entre as galáxias,
Da natureza quando os astros não se chocam,
Aqui da terra quando mares não se derramam,
Das grandes árvores que mantêm-se em pé com os ventos.
Equilíbrio das montanhas acalentando larvas vulcânicas,
Das moléculas que integram a matéria.
Equilíbrio da mãe geo que contém fogo no ventre,
Dos oceanos que suportam bombas atômicas.
Equilíbrio dos rios que desculpam lixo na cara,
Das matas virgens quando são tão estupradas.
Das densas nuvens que sustentam as suas águas,
Das correntezas que não penetram nossas casas.
Equilíbrio dos trovões que não acordam as crianças,
Daqueles raios que evitam as coisas vivas.
Dos animais que respeitam os caçadores,
Do que se extingue sofrendo grandes dores.
Equilíbrio dos sábios ao respirarem poluição,
Dos ecológicos rejeitados em sua luta,
Das advertências de um revide escatológico,
Dos racionais convivendo com ilógicos.
Equilíbrio dos inocentes à mercê da força bruta,
Dos pensadores à véspera da cicuta,
Do tempo aflito ao durar alguns segundos,
Equilíbrio dos equilíbrios ao ser o fim do mundo.
24 de abril de 2006
In memoriam das vítimas da Grande Onda
Equilíbrio das estrelas entre as galáxias,
Da natureza quando os astros não se chocam,
Aqui da terra quando mares não se derramam,
Das grandes árvores que mantêm-se em pé com os ventos.
Equilíbrio das montanhas acalentando larvas vulcânicas,
Das moléculas que integram a matéria.
Equilíbrio da mãe geo que contém fogo no ventre,
Dos oceanos que suportam bombas atômicas.
Equilíbrio dos rios que desculpam lixo na cara,
Das matas virgens quando são tão estupradas.
Das densas nuvens que sustentam as suas águas,
Das correntezas que não penetram nossas casas.
Equilíbrio dos trovões que não acordam as crianças,
Daqueles raios que evitam as coisas vivas.
Dos animais que respeitam os caçadores,
Do que se extingue sofrendo grandes dores.
Equilíbrio dos sábios ao respirarem poluição,
Dos ecológicos rejeitados em sua luta,
Das advertências de um revide escatológico,
Dos racionais convivendo com ilógicos.
Equilíbrio dos inocentes à mercê da força bruta,
Dos pensadores à véspera da cicuta,
Do tempo aflito ao durar alguns segundos,
Equilíbrio dos equilíbrios ao ser o fim do mundo.
24 de abril de 2006