ESCREVINHANDO
Existo, mas não sei de mim.
Quando procuro, deparo-me com palavras que me formam.
E deixam espaços nunca vazios
Busco palavras...
Na minha busca, encontro-as soltas, aqui e ali
Umas dizem coisas azuis, belas, leves
Outras, ainda escondidas, guardam medos e angústias
Algumas sussurram segredos loucos,
Devassam minha alma inquieta,
contam segredos escondidos,
Gritam luxúrias,
Palavras com molecagens adultas.
Encontro-as, assim, ainda por dizer...
Escondidas, estavam alegres por acontecer
Juntei-as... Faria a minha Revolução!
Limitei-as ao meu mundo de esperança e amores
E elas ganharam vida.
Nasceu a escrita!
Com rima letra e valentia,
Coragem de revelar segredos,
Algemadas por sonhos.
Escrita feita de dor,
Escrita feita de amor
Escrevo... E não digo tudo
Porque só, aos poucos, a escrita cabe
E nela crio alma, vida
E nela me eternizo
E vou escrevinhando...
Salvador, 30/09/2008
Rozana Pires