ESTRANHOS ENCONTROS

Estranho elo se estabelece na natureza das relações

Onde olhos não são de ver, tampouco ouvidos de ouvir

Mãos falam palavras, bocas calam, disparam corações

Ama-se, odeia-se, dizem-se verdades ou prefere-se mentir

Inspira enigmas, paixões, convida à introspecção

Tornam-se seres lindos, egos saciam-se do elogio

Da mesmice, lugar comum, à vaga interrogação

Tudo vale a pena, do conhecimento ao desafio

Seriam os seres aqui, os filhos dos desalentos

Se aqui não fossem carentes de amor

Seriam felizes não fossem apenas momentos

Fulgazes instantes distantes da dor?

O essencial, ignoram aqueles sem dó

Aqueles amantes da beleza como dever

Ignora aquele que chora, que vive só

Aqueles amantes da essência do ser

Estranhos caminhos nos levam ao encontro

E do outro se tem, mistério ou claridade

Qual seja a face, se mostra de pronto

Desencontro de almas, ou grande afinidade.

***(Sobre os encontros virtuais)

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 23/03/2010
Código do texto: T2153904
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