ESTRANHOS ENCONTROS
Estranho elo se estabelece na natureza das relações
Onde olhos não são de ver, tampouco ouvidos de ouvir
Mãos falam palavras, bocas calam, disparam corações
Ama-se, odeia-se, dizem-se verdades ou prefere-se mentir
Inspira enigmas, paixões, convida à introspecção
Tornam-se seres lindos, egos saciam-se do elogio
Da mesmice, lugar comum, à vaga interrogação
Tudo vale a pena, do conhecimento ao desafio
Seriam os seres aqui, os filhos dos desalentos
Se aqui não fossem carentes de amor
Seriam felizes não fossem apenas momentos
Fulgazes instantes distantes da dor?
O essencial, ignoram aqueles sem dó
Aqueles amantes da beleza como dever
Ignora aquele que chora, que vive só
Aqueles amantes da essência do ser
Estranhos caminhos nos levam ao encontro
E do outro se tem, mistério ou claridade
Qual seja a face, se mostra de pronto
Desencontro de almas, ou grande afinidade.
***(Sobre os encontros virtuais)