Nada
No fio cego da velha espada
No duro golpe já não interfere
No frio véu da noite passada
No puro fel que a língua insere
Nas duras palavras da boca calada
Nas horas mórbidas que não pretere
Nas expressões por olhos falada
Nas emoções que não mais se espere
Mais cego que o fio desta espada
Mais duro é o golpe que não fere
Mais frio que o véu da madrugada
Mais amargo é o fel que não profere
Nem mais um verbo da boca cerrada
Nem mais expressões por olhos sugere
Nem mais morbidez na dura escalada
Nem mais emoções, nem vida, nem nada...
Valdívio Correia Júnior