Cadafalso

A verdade da consciência

É quem nos absolve de nossos horrores;

E a mesma verdade, em disfarce de decência,

Nos leva às mais insuportáveis dores.

Subindo o cadafalso da sinceridade,

Entregamos o pescoço a ser degolado,

Pelo crime que não cometemos, na verdade,

Mas, ainda assim, por ele somos julgados.

E a condenação, pelo código da humanidade

Não é a mais complascente:

Perante toda uma grande cidade,

A nossa cabeça, sobre uma praça, não estará pendente.

Porém, a nossa condição de sermos humanos

Estará para sempre detida!

Seremos alvo do exemplo a não se ter nos planos,

Das mais nobres casas,

Das mais perfeitas vidas!

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 17/03/2010
Código do texto: T2144034
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