O JURAMENTO

Vou fingir que eu possa achar normal levar tudo isso a sério

Tornar-me jovem quando for velho, estacionando numa ciranda

Achar o equilíbrio numa corda bamba, ver a colheita de um pomar estéril

Provar que até o bom humor é sério e que a vida estagnada é dança!

Eu vou mostrar ao mundo o quanto o impossível é plausível

Que o invulnerável também é perecível, até provar que o homem voa

Que o silêncio soa e a rudeza mais perene é susceptível

Que o forte a toda sorte de fraqueza está passível, tal como pingos reunidos são lagoa!

Eu tenho a pretensão de obrigar a introversão a ser deflagração

Que existe sede na inundação, que há até refrão sem estribilho

Que no calor também reside um frio e que o ódio é uma forma de paixão

Que o trem sem vagão segue numa certa direção mesmo sem trilho!

Sim, eu vou provar a mim mesmo o que a ninguém mais interessa

Porque meu pensamento tem pressa, igual cometa errante

Eu posso influir no doravante ou terminar o que ninguém começa

Juro que sequer farei promessa: que o meu recuo será um passo adiante!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 17/03/2010
Reeditado em 29/08/2012
Código do texto: T2143140
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