Soneto da Infidelidade
O que buscamos ao entregarmo-nos ao amor?
O que esperamos encontrar?
Porque insistimos quando não há nada mais além de dor?
Qual essência pura pensamos precisar?
Não há sentido nessa busca incessante
De um ideal que nem sequer possui definição
O amor é um perder constante
Procuramos, na verdade, nosso próprio coração
Corremos mundo a fora
Almejando o protótipo de nossa imaginação
Ilude-nos o coração outrora
Dando a sensação de ter encontrado finalmente
A parte do todo que faltava
Embora saiba que não o completa totalmente.
maio / 1997