[Quase morto... um zumbi]
Foi o eu lírico
que passou a caneta
em frases
assassinando a
crítica que maltrata
miseráveis
vociferando amor
para ver o quase
ódio se escafeder
Foi o eu lírico
que acordou
o que muito de
perto suicidaria
que deu o troco
no corruptível
exorcizando as teias
do velho confronto
no rabo de deus
Foi o eu lírico
que apagou a luz
das trevas
descabelando
demônios sacanas
até que fechassem
os olhos na madeira
no cimento e na lama
a sete palmos... ali
Foi o eu lírico
que pintou de negro
o sangue na cidade
com o lado avesso
dos anjos que mal sabem
que o excesso de pulhas
fofocas e escroques
nutri e sorri
nutri e sorri
Foi o eu lírico
medicinal
no matei ou não matei
coisa e tal
que deram asas
a cobra criando
alma... nas brumas
na beira do escrevi
e fingi... sobrevivi.
Rosangela_Aliberti
Atibaia, 14 de março de 2010
(Foto: Hemerson Brandão)