LAVANDO MÁGOAS
Com o todo o respeito que devemos as aguas
À beira do rio façamos uma verdadeira prece
Para que, ainda em meio as seca mais arduas
As aguas que nos refrigeram nunca sequem
Mesmo que as águas não lavassem as magoas
Elas traziam consigo uma alegria tão verdadeira
Que alguns cardumes que por ali se arriscavam
Encantaram-se com os tristes olhos das lavadeiras
Magoas são como o rio que por ali ligeiro passa
Pois então que siga o seu fadado destino
Não se atenham lavadeiras às desgraças
Não merecem a dor que estejam sentindo
Olhem este rio que as fita com seu carinho
Vai garboso no seu leito e ele é tão moço
Veja as tantas magoas que tira do caminho
Não há homem, capaz de tamanho esforço