Autocontrole
Quando se consegue um mínimo de domínio sobre si mesmo,
Domando literalmente, a tendência dos instintos,
A sensação é a de dar um bom acabamento ao enredo.
Ouve-se, em contentamento, o badalar dos internos sinos.
Surge certo regozijo, por não se ter recorrido à aspereza.
A consequência é uma confortadora leveza,
Uma paz interior,
Por ter sobrevivido às intempéries do exterior.
É a vitória do racional,
Sobre o inconsequente passional.
Frear a reação automática,
Criando uma espécie de interna estática,
Para que a mente tenha tempo de raciocinar
E escolher o melhor rumo a tomar,
Demonstra sabedoria.
Aumenta e qualifica sensivelmente a energia.
Não é lá muito fácil, não!
Mas vale a pena fugir do apagão,
Que causam as contrariedades,
Sobre a frágil racionalidade.
Quantas vezes aparece o arrependimento,
Logo depois do “calor do momento”.
Quantas vezes, se o tempo pudesse voltar,
Não se modificaria a decisão a se tomar...
Então, para não se arrepender,
O melhor é tentar conter,
Os impulsos ditos naturais,
Para não se causar estragos sensacionais.
Uma decisão acalorada
Pode desencadear um processo de derrocada,
Muitas vezes irreversível,
Gerando uma culpa terrível.
No calor da emoção,
É necessário redobrar a atenção,
Antes de tomar uma equivocada decisão
E piorar ainda mais a situação.
Bom mesmo é esperar os ânimos se acalmarem,
Os nervos relaxarem,
Para voltar à questão,
Com uma mais adequada visão.
Nesse quesito, somos testados todos os dias,
Com os acordes dissonantes da atual sinfonia...
Estou certo que está bastante complicado,
Existir nesse momento tão conturbado,
Tão amalucado,
Tão delicado.
Por isso mesmo temos que nos esmerar,
Para não deixar o bom senso escapar.