METAMORFOSES INSTANTÂNEAS
Damião Cavalcanti
Ser teu pão, tua comida,
Teu teto, tua dormida,
Sou teu vinho, também a taça.
Dos teus risos a tua graça,
Obediente teimosia,
Sou teus versos, tua poesia.
Sou o feno do teu ninho,
O vôo dessa garça
Ou estradas do caminho.
Os pés da longa ida,
O adeus da despedida,
Tua porta e tua chave.
Preocupação com a idade,
A teimosa obediência,
Sempre a vida, nunca a morte.
Ser tua pele, tua ferida,
O pecado e a virtude,
A água que te limpa.
Tua simples vaidade,
Tua roupa, tua nudez,
O costume e a saudade.
A partida e a chegada,
Abundância e carência,
Repentinas retiradas.
A ilusão de sempre ter,
Ontem, hoje e no amanhã,
Meditação ao entardecer.
Sou abraço e separação,
Quatro mãos para dar
E duas para receber.
Ser tua dúvida do existir,
A vontade de sempre ir
E a liberdade de querer ser.
Damião Cavalcanti
Ser teu pão, tua comida,
Teu teto, tua dormida,
Sou teu vinho, também a taça.
Dos teus risos a tua graça,
Obediente teimosia,
Sou teus versos, tua poesia.
Sou o feno do teu ninho,
O vôo dessa garça
Ou estradas do caminho.
Os pés da longa ida,
O adeus da despedida,
Tua porta e tua chave.
Preocupação com a idade,
A teimosa obediência,
Sempre a vida, nunca a morte.
Ser tua pele, tua ferida,
O pecado e a virtude,
A água que te limpa.
Tua simples vaidade,
Tua roupa, tua nudez,
O costume e a saudade.
A partida e a chegada,
Abundância e carência,
Repentinas retiradas.
A ilusão de sempre ter,
Ontem, hoje e no amanhã,
Meditação ao entardecer.
Sou abraço e separação,
Quatro mãos para dar
E duas para receber.
Ser tua dúvida do existir,
A vontade de sempre ir
E a liberdade de querer ser.