A rebeldia de uma poetisa

Tem dias em que não agrado ninguém

Nem a você, nem a mim também

Tem vezes que... sei lá

Simplesmente não me importo

Ignoro do escuro o silêncio remoto

Onde as palavras parecem brincar

Estava pensando em algo a ver

E algo me levou a pensar

Não estou falando de algo qualquer

Estou falando do "algo" de poetar

Poetar? Taí algo que odeio, um mal!

Poesia? Eis meu encosto!

Quanto mais adquire corpo e rosto

Mais se desprende do sentimento original

Arranco aplausos, arranco sorrisos

Talvez seja tudo o que eu preciso...

Não, chega de pão e circo!

Com ela satisfeita nunca fico

Rimas, formas, melodia!

Um grande barato que não se acaba?

Pensamentos transformados em palavras

Da mente saem quentes, no papel viram frias!

Cansei de poetar...

Anuncio meu fim

Adeus! Ou até já?

A poesia não quer sair de mim

Não a queria bela...

Não a queria terna!

Apenas que falasse austera

O grito que bem cá se encerra

Sou escrava da poesia

Cansei. quero minha alforria

Talvez eu esteja sendo apenas criança

Mas digo adeus. E não mando lembranças.

...o pior de tudo é que tenho a imagem precisa

de que quanto mais me rebelo, mais me provo poetisa

ela sorri: 'vai em paz, nem pense em voltar

quanto mais longe, mais perto de mim vai estar...'

Voo do Corvo
Enviado por Voo do Corvo em 07/03/2010
Código do texto: T2124632
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