INCOMPREENSÃO

Ninguém é capaz de definir o sofrimento!

Clara evidência de sua complexidade

Mas a vã filosofia de alguns eruditos desavisados

Consegue comprometer a sabedoria popular

O lamento que expulsa das córneas molhadas

A agonia da dor da saudade

Santa crueldade humana

Porca sabedoria animal...

Que dor, que dor infinita...

Não quero que o outro me sinta

Um mal estranho invade-me, corpo e alma

Cala–me profundo o que vem do mundo

Irrita-me a triste melancolia

Que arrasto no peito

Que me nutre num trejeito

Que me faz pensar.

Ninguém é capaz de definir o sofrimento!

Quem será a outra alma que me fez pensar?

Poeta, poeta do mundo!

Sou o vagabundo que tu escreves em ladainha

Minha sorte, minha morte faz-te pensar

Na escrita proscrita, vulgar

Sou porque sou um eremita

Vago nas sombras da escrita

Mas estou

Eu sou

Longe das promessas

Perto da vida eterna

Minha lanterna apagou

Mas eu vou

Vou porque é de lá que eu sou.

Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 05/03/2010
Código do texto: T2122052
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