Tantas águas

No frescor de águas limpas, transparentes

Fico a banhar meus pensamentos mais sombrios

A água lava e afasta assim da mente

Algo incerto e persistente

Um certo frio

Nas lagoas vejo todo o reflexo

Da beleza que em redor se acha

Nos rios sinto a correnteza de repente

Levar embora alguma tristeza

Alguma mágoa

São tantas águas que me fazem muito bem

No mar percebo toda a profundidade

Nas ondas que espumosas vão e vêm

Vejo a vida com clareza

Sem maldade

A chuva fria e bem quietinha quando cai

Traz também nas suas águas alguma benção

Os vendavais fazem a transformação

Com grande susto, formas diversas

Em aceitação

São tantas águas diferentes que preciso

São todas elas necessárias, penso bem

Por mais que viva sempre, sempre assim persisto

Como estas águas que passam, às vezes ficam

Algumas vão, outras vêm.

(2006)

luferretti
Enviado por luferretti em 08/08/2006
Código do texto: T212174