Sonhos de um escritor desvairado

Imortalidade...

Assim começavam os sonhos de um escritor desvairado

Não sabia o que escondia dentro de si

Não sabendo tudo que podia revelar

Cada marca ou cicatriz é estranha

Coberta e escondida mesmo debaixo do sangue fresco

Medo da morte que surge com seu nítido cheiro...

...Inconfundível...

E volta a pensar em uma posterioridade deixar

Possibilidades... Um filho? Sua cópia e imagem

Tão divino, bíblico e sagrado

Tantas menções e lembranças

Tão tristes

Tão tristes

Ele deveria ao menos se orgulhar

E se nada desse acaso virasse certo

Caberia a ti e somente a ti

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O fracasso de sua injusta imortalidade

Apenas mais um sonho daqueles incontidos

Um daqueles pensamentos amorfos

Aquele desejo incontrolável de dizer

Mas nem tudo sai da boca do poeta

Mesmo sabendo e rindo de si

Pois disso sabe

Da imortalidade beirando a moralidade

Que tanto cortejou

Ele sabe

Que cada um desses escritores desvairados

São eternos e imortais dentro de si

e...

e...

e...

E correm os assuntos pela madrugada...

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 04/03/2010
Código do texto: T2119504