Sonhos de um escritor desvairado
Imortalidade...
Assim começavam os sonhos de um escritor desvairado
Não sabia o que escondia dentro de si
Não sabendo tudo que podia revelar
Cada marca ou cicatriz é estranha
Coberta e escondida mesmo debaixo do sangue fresco
Medo da morte que surge com seu nítido cheiro...
...Inconfundível...
E volta a pensar em uma posterioridade deixar
Possibilidades... Um filho? Sua cópia e imagem
Tão divino, bíblico e sagrado
Tantas menções e lembranças
Tão tristes
Tão tristes
Ele deveria ao menos se orgulhar
E se nada desse acaso virasse certo
Caberia a ti e somente a ti
Ocultar
O fracasso de sua injusta imortalidade
Apenas mais um sonho daqueles incontidos
Um daqueles pensamentos amorfos
Aquele desejo incontrolável de dizer
Mas nem tudo sai da boca do poeta
Mesmo sabendo e rindo de si
Pois disso sabe
Da imortalidade beirando a moralidade
Que tanto cortejou
Ele sabe
Que cada um desses escritores desvairados
São eternos e imortais dentro de si
e...
e...
e...
E correm os assuntos pela madrugada...